A MÚSICA ELETRÔNICA SE UNE AO MANIFESTO DE ARNALDO BAPTISTA POR ENERGIAS LIMPAS

15 remixes de “To Burn or Not to Burn” reforçam, renovam e ecoam a mensagem que Arnaldo Baptista traz desde sempre em sua poesia e música. Um lançamento da D-Edge Records.

Vídeo release de lançamento (transcrição no final) > https://www.youtube.com/watch?v=GU31QOCpDqE

Mais notícias sobre este lançamento nas mídias sociais de Arnaldo Baptista.

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Desde “Navegar de Novo”, do álbum Loki? (1974), Arnaldo Baptista manifesta-se em prol das energias e práticas limpas, por exemplo, quando clama nesse excerto: “Por que não se instalam núcleos habitacionais menores/ para haver maior descentralização/ para existir o verde/ para haver espaço…”.

A frase “To Burn or Not to Burn” aparece, primeiramente, de 1993 a 1995 nas artes visuais de Arnaldo, no formato poèmes dessin (poemas expressos em arte visual). Ao longo da década seguinte, surgia seu manifesto pelo “fim da era do fogo”.

A compilação de remixes de “To Burn or Not to Burn”, música lançada no álbum solo Let It Bed (2004), retrata a profusão de artistas da música eletrônica undergound brasileira, que surgiram nos últimos anos, em um cenário musical diverso e expansivo.

O poema minimalista onipresente – “To burn or not to burn. What is the question? What? What?” – incorpora-se a cada um dos remixes de modo único, reflete décadas da história da música dance eletrônica desde os anos 60 até o momento, e propõe uma reverberação desses artistas ao manifesto de Arnaldo Baptista.

“Senti uma experiência a respeito do meu trabalho: sintetizadores espaciais entrando no ritmo da dança e motivação poética. Fiquei impressionado com o desenvolvimento que foi dado à minha música”, comentou Arnaldo, após a audição dos remixes.

Entre quem assina os remixes estão nomes como Zopelar, L_cio, Tetine, Magal, Tata Ogan… para citar apenas cinco por hora, que Arnaldo chamou de The Petrified BeTools.

Este é um lançamento da D-Edge Records, com distribuição Get Digital/Zebralution.

Transcrição do vídeo release de lançamento do álbum “To Burn or Not to Burn – Arnaldo Baptista remixed by The Petrified BeTools”.

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Oi pessoal, como diria o Arnaldo!

Arnaldo Baptista e nossos parceiros do Music Non Stop estarão logo mais falando com vocês sobre o lançamento de 15 remixes de “To Burn or Not to Burn”, do álbum Let It Bed, lançado em 2004 e com produção de John Ulhoa.

Essa foi uma ideia que surgiu de um encontro meu com o Holocaos (2010), e a gente pensou: “Nossa! Seria ótimo remixar Arnaldo Baptista!”

A música não poderia ser outra: “To Burn or Not to Burn”, que já é superdançante.

Vindos da cena eletrônica já amadurecida e pulsante na época, assinam os remixes nomes como L_cio, Zopelar, Bmind, Glocal, Renato Poletto e Ricardo Koji, Thomas Haferlach, Magal, que já estava lá desde os anos 80, né Magal (risos de Arnaldo no fundo)… entre outros.

Do meu lado, convidei Marco Andreol para ser, também, o curador na interação musical desse projeto. E o Tetine… e o Flu, que surgiu com o DeFalla, pelo vanguardismo, rebeldia e importância para nossa música, desde os anos 80 até hoje.

De lá para cá, muita coisa mudou, mas “To Burn or Not to Burn” continua atualíssima.

Esse material merecia voltar, remasterizado!

Para 2022, a Music Non Stop indicou Tata Ogan e a DJ Mari Rossi. Marco Andreol convidou Galiza, que contribuíram com novos remixes. Renato Ratier, que assina esse lançamento pela D-Edge Records, também trouxe o seu.

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Convido, agora, Arnaldo Baptista, Claudia Assef e Jota Wagner, do Music Non Stop, para falarem mais sobre esse projeto.

Claudia Assef – Tudo bem Arnaldo!

Arnaldo Baptista – Tudo ótimo. Estou achando uma maravilha tudo!

Claudia – Que bom! Obrigada por este tempo pra nós, tá!

Arnaldo – Muito prazer! Estou gostando porque dá para desenvolver o que estou entendendo da situação e opinar.

Claudia – Muito bom! A gente vai começar. São duas perguntas para cada um. O Jota Wagner vai começar.

Jota Wagner – Oi Arnaldo, prazer! É uma honra enorme estar falando com você, ainda mais sobre esse trabalho lindo da molecada, da garotada da nova geração, de estar ali tendo acesso à sua música, “To Burn or Not to Burn”, pra fazer essa reinvenção. Queria saber como você se sente sabendo que tem toda uma nova geração, pegando sua música, botando no liquidificador e transformando em algo novo e diferente. Como você se sente com isso?

Arnaldo – Estou sentindo que você pode jogar minha música no liquidificador, vai sair uma fumaça que vai deixar todo mundo muito ligado no som. Principalmente por ter sido feita com toda a programação de execução de música atual, com essas coisas que a gente consegue com a música atualmente, tipo: eco, reverberação, phaser etc. Então, vai ficar gostoso.

Claudia – Arnaldo, agora a pergunta é a seguinte: quais artistas ou músicas você faria um remix se pudesse fazer um remix.

Arnaldo – De qualquer pessoa, né?

Claudia – O artista que você pudesse imaginar.

Arnaldo – Gostaria do conjunto West, Bruce and Laing, com o Jack Bruce no baixo. A música é “Why Dontcha”. É bonita e eu gosto que é bonita. Todos instrumentos Gibson e os músicos bem ligados.

A outra música é uma do Cream, antiga, “Sunshine of Your Love”…

(Arnaldo imita um acorde)…

Arnaldo – Essa é bonita, e eu gosto.

Claudia – Muito bom! Esse disco, “Disraeli Gears”, é fantástico. Inteiro!

Arnaldo – Ah, inteiro (rs)

Claudia – Sou fã do Cream!

Arnaldo – É! Pode crer!

…

Arnaldo – Vou opinar a respeito de uma outra música, que eu adoro: é “Perpetual Change”, do Yes. Eles usam um organista que saiu, o Tony Gale, mas tem o som mais lindo que tem, do Yes.

Claudia – Iam ficar maravilhosas essas três músicas. Adorei suas ideias de remix.

Jota – Vamos fazer um disco de remixes, Arnaldo remixando agora, né….Arnaldo conta a história por trás deste conceito de “To Burn or Not to Burn”. Existe toda uma mensagem sobre isso…

Arnaldo – Tem a ver com Shakespeare, que foi “To Be or Not to Be. This is the Question”. Mas o Shakespeare, por coincidência, morreu no dia do aniversário dele. E “To Burn or Not to Burn” é onde a pessoa pode deslanchar ou não, depende da situação ambiental e de tudo que está acontecendo. Então, uma coisa que eu levo adiante: curtir longamente.

Claudia – Nossa última pergunta é a seguinte: como Arnaldo Baptista imagina o Planeta daqui a 50 anos?

Arnaldo – Maravilha! Eu tenho a impressão que todo mundo vai saber o que quer dizer criogenização. Tem um lugar na Califórnia, você vai lá, te criogenizam e você acorda daqui a mil anos refeito, conserta as doenças, está tudo em ordem.

E também muitos carros por eletricidade solar. Então, vai todo mundo andar sem poluir e sem gastar.

Vai ter uma coisa também, que talvez eu goste de falar: é o vegetarianismo. Seria bom a gente poder viver sem ter que matar os outros, né. Então, vai ser gostoso isso.

Nesse sentido, vai ser bom o mundo. Com a gente finalmente ultrapassando a velocidade da luz, a gente vai ter contato com os ETs e vamos poder criogenizar e curtir a vida. Adoidado!

Claudia – Adorei que a sua visão é superpositiva!

Arnaldo – Legal. É ótimo pensar positivo, né, que a gente ajuda a humanidade e o que a gente está fazendo aqui na Terra. Tem a pergunta: De onde viemos? Das estrelas. Onde estamos? Nas estrelas. Para onde vamos? Às estrelas… Só isso! (risos)

…

Arnaldo – Ah, uma coisa que talvez seja bom eu falar. “To Burn or Not to Burn” tem a ver com uma coisa que o Jimi Hendrix falou no LP dele, Axis. Ele falou que a humanidade atravessa hoje uma maldição, onde o ser humano queima tudo que ele puder queimar, ele queima. Então, está tendo este efeito estufa… A idade do fogo, acho que a gente está atualmente. Tem a ver com To Burn or Not to Burn. What is the question?

Claudia – Exato! E uma mensagem muito ecológica também.

Arnaldo – É. Também. Pode crer!

…

Claudia – Com certeza agora cestou!

(Risos)

Claudia – Muito obrigada pelo seu tempo, pelo seu humor e pela sua positividade. Eu fiquei muito melhor do que eu estava antes de começar esta entrevista…

(Risos)

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CRÉDITOS

To Burn or Not To Burn – Remixed by The Petrified BeTools

1 – To Burn or Not to Burn (faixa original produzida por John Ulhoa)

2 – To Burn or Not to Burn (Tata Ogan Remix feat Simone Sou na percussão)

3 – To Burn or Not to Burn (Flu Remix feat Guri Brasil na guitarra)

4 – To Burn or Not to Burn (Bmind Remix feat Roger Brito no trompete)

5 – To Burn or Not to Burn (Renato Poletto & Ricardo Koji Remix)

6 – To Burn or Not to Burn (DJ Mari Rossi Remix feat Maurício Badé e Kuki

Stolarski na percussão)

7 – To Burn or Not to Burn (Holocaos Remix)

8 – To Burn or Not to Burn (Renato Ratier Remix)

9 – To Burn or Not to Burn (Glocal’s Novelas Breakdance Remix. Produtores:

Lennox Hortale e Dani El Souto)

10 – To Burn or Not to Burn (Zopelar Remix)

11 – To Burn or Not to Burn (Marco Andreol & Renato Patriarca Remix feat

Natalia Barros nos vocais e Alexandre Jonny Patriarca na guitarra)

12 – To Burn or Not to Burn (L_cio Remix feat Karine Rossi nos backing vocals)

13 – To Burn or Not to Burn (Magal & L_cio Remix)

14 – To Burn or Not to Burn (Tetine Remix. Produtor: Bruno Verner. Feat Bruno

Verner nos vocais, baixo, órgão e Eliete Mejorado nos sintetizadores e FX)

15 – To Burn or Not to Burn (GALIZA Remix)

16 – To Burn or Not to Burn (Thomas Haferlach Remix)

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Remasterizações e Masterizações em equipamentos analógicos: equalizadores e compressores Bax, Pultec, Kush Audio, Empirical Labs e Thermionic Culture. Vantonio

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Curadoria artística

Marco Andreol

Parceria

Music Non Stop

Captação audivisual

Alexandre Biciati

Trilhas Sonoras

Remix Magal vs L_cio

Remix Holocaos

Remix Thomas Haferlach

Faixa original produzida por John Ulhoa